domingo, 17 de abril de 2011

Inferno - Part 2 (Dedicado a Rodrigo Sargi)

Quinze anos depois...
 Amy acabara de se mudar para uma casa em Seattle. Era uma casa bem bonita, o casal que ali morava demorou a ceder a casa, pois diziam que ela era importante. Era uma cartunista e um advogado. Ainda faltavam fazer algumas reformas na casa, mais isso não era problema. Amy segurava sua cadelinha Lunnie no colo, enquanto esperava seus pais e seus irmãos. Ela era a mais nova de três irmãos. Melissa tinha 18 anos e Alex tinha 17. Ela tinha apenas 15. Seus pais eram estranhos, na cabeça dela. Eram harmoniosos. E para Amy, essa harmonia deles escondia muitas coisas erradas que ela sequer queria imaginar.
 Os pais a chamaram para entrar na casa, e ela correu até eles, chacoalhando um pouco Lunnie. Ela era uma vira-latas muito fofinha. Suas cores eram preto e branco. Ela era a única com quem Amy gostava realmente de ficar. Normalmente, ela dormia ao lado de Amy.
 A família de Amy era meio relapsa em relação a ela, a atenção normalmente ia para os mais velhos, pois estavam quase terminando o colegial. Ela não ligava muito para isso... Ela preferia passar longas horas em seu quarto, sozinha, lendo algo, ouvindo música, ou até passar horas olhando para o teto.
 Ela finalmente pisou na casa nova, mas a sensação não foi boa... Um calafrio subiu pelo seu corpo, deixando-a quase que em pânico. Quis sair dali, mas... Impossível! Era sua nova casa. Querendo ou não. Lunnie ficou inquieta. Parece que ambas haviam percebido isso.
 Subiram as escadas e foram escolhendo os quartos. Amy não pode escolher nada, pois já tinham colocado suas coisas lá. “Que droga! – Pensou ela. – Nunca posso escolher nada! GRRR!”
 Ela realmente detestava que escolhessem por ela, mas ela só pensava. Se falasse, era confusão na certa. Enfim, não mais contestou. Jogou a mochila na cama e deitou-se nela.
_Amy, Amy, Amy... – Ela ouviu sussurros de uma garotinha.
 Assustou-se e se levantou. Lunnie correu até ela, e Amy a pegou no colo... O que era aquilo afinal?! Uma mistura de medo, terror e susto tomaram conta da jovem. Era estranho demais e Amy não acreditava em fantasmas, espíritos, demônios e qualquer coisa assim. Não acreditava nem em Deus. Para ela, aquilo era uma completa utopia.
 Não sabia explicar aquilo, porém mesmo assim, continuou em seu quarto, arrumando seus armários...
                                                                           ***
 00h00min
_Meggie... Meggie... – Ela ouvia alguém sussurrar novamente. Era uma voz bizarra, demoníaca. E pior... Vinda do além.
 Além?! Ela achava que era seu irmão tentando lhe pregar uma peça, pois na outra casa onde viviam, ele a assustava colocando barulhos de tiros, no meio da madrugada. Ela achava aquilo tão idiota. Mas essa ideia... Tinha sido boa. Ele havia se superado. Mas, isso não mudava o fato que ele conseguira deixá-la com medo.
  O clima em seu quarto pesava. Ela se sentia sufocada. A cada segundo que passava mais sufocada ela ficava. Atreveu-se a levantar, e estranhou que Lunnie não estivesse ali. O piso estava frio e as paredes pareciam ceder em cima de Amy. Foi até o armário. Vai ver as caixinhas de som do sussurro estivessem ali.
 Assim que o abriu, viu uma menininha bem pequenininha escondida ali dentro.
_Ajuda, Amy. – Disse ela, olhando para Amy. – Ajuda Amy! Por favor.
O olhar da garotinha era suplicante. Ela era fofa, tinha cabelos castanhos encaracolados, a pele bem branquinha... Pequenina. Porém, estava horripilante, pois seu corpo estava banhado de sangue, e ela podia ver um terrível corte em seu pescoço e abdome. Viu que os pulsos também estavam cortados, quando ela estendeu a mão para Amy. Essa por sua vez, se afastou. Assustada e com medo.
 Ela largou as portas e correu em direção à porta. Destrancou-a e foi até o corredor. Um cheiro horripilante de enxofre estragava o cheiro daquele ambiente. Ela correu naqueles corredores longos, e estranhou não ter escutados os latidos de Lunnie. Ela estava em pânico por ter ouvido aquele sussurro e depois visto aquela menina que aparentemente estava morta. Seu corpo tremia, seus olhos lacrimejavam, o coração estava disparado e ela sentia como se alguém apertasse seu pescoço, asfixiando-a.
 Ela escutou mais barulhos, vindos da sala. Quando chegou ao início da escada, viu os pedaços de Lunnie espalhados pelos degraus. Assim que se virou para parede, viu escrito com sangue:                           
            VÁ EMBORA!
  Ela gritou! Realmente, aquilo definitivamente não era uma das brincadeiras de Alex.
Continua...

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